quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Apresentação das Propostas do Movimento RECRIAR o CREA-SP

Convite Plenária Valinhos


Estarei nesta sexta-feira em Valinhos para apresentar 
as Propostas do Movimento RECRIAR o CREA-SP com o objetivo de recriar o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo.


Dia 23/09, sexta-feira, às 19h.
Hotel Itapema – Av. Independência, 754 – Centro – Valinhos.


Se você estiver na região ou conhecer algum engenheiro que esteja, por favor, divulgue e prestigie.


O Movimento Recriar o CREA SP precisa do seu apoio para multiplicar a nossa força.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Emergentes em socorro à Europa

por Jomázio Avelar

     Parece sonho o motivo do encontro noticiado de que o Brics se reunirá em Washington dia 22. Jamais seria imaginado no passado que a Europa, cuja história de glórias, cultura, conforto, finesse, que afinal por tanto tempo conduziu o mundo, viesse a necessitar de ajuda dos países emergentes. O que sempre se leu e ouviu foi que os países emergentes e os subdesenvolvidos não administravam bem suas economias, seus governos, isto comparado com os regimes europeus.
   Dois empreendimentos devem ser trazidos para análise a fim de oferecer algumas explicações da mencionada situação: a unificação europeia e a globalização. O primeiro sempre se afigurou de arrojo incomensurável envolvendo todos os aspectos, os econômicos, sociológicos, culturais, e finalmente os políticos. A unificação começou com cinco países, depois estendeu-se para doze e finalmente vinte e cinco. Benesses jamais vistas ingenuamente objetivando homogeneização dos padrões econômicos de países como Portugal, Espanha, Grécia, Turquia, com investimentos a fundo perdido para construir infraestrutura. Regras foram estabelecidas sujeitando todas as economias do bloco. Tratados diversos foram assinados, muitos deles submetidos a referendo individualmente em cada país com rejeição por diversos, culminando com a tentativa fracassada de referendar um projeto de Constituição para a Federação Europeia. Esse gigantesco empreendimento em fase de implantação sem a devida tratativa da concepção, vale dizer experiência única pelo porte e natureza na história da humanidade.
    O segundo foi formulado e lançado a nível internacional pelos EUA e Inglaterra nos governos Reagan e Thatcher, usufruindo de condição tecnológica da informatização e automação coincidentes com a aplicação dos microcomputadores em rede mundial levando as chamadas comunicações em tempo real de velocidade, precisão, resolução jamais vistas. Esse também gigantesco empreendimento está implantado sujeitando a humanidade a processos de consequências ainda não compreendidas, e reduzindo a períodos cada vez menores a distância entre os episódios inovadores de tecnologia.
    Diante de empreendimentos tão grandes em implantação e gerenciamento e com mudanças nada menores acontecendo no país império da atual era, assusta a notícia de que Brasília, pelas palavras de Guido Mantega, informava que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reunirão para avaliar como poderão socorrer a Europa.
       A notícia parece informar por parte do Brasil pretensão descabida. O Brasil não tem porte nem força econômica para tal propósito, e ao se propor a tanto desvia-se de seu real papel como nação de preparar-se para tirar melhor proveito da situação. Esquece-se de que o Governo Federal sofre da mesma doença dos países europeus, deve muito e paga muitos juros (R$ 229,5 bilhões em 2010) para quem não tem recursos para construir a infraestrutura que muito contribuiria para reduzir o “custo-Brasil”, o que daria maior competitividade aos produtos brasileiros, juntamente com outras medidas, como instrução do povo e reformas estruturais a muito recomendadas e inadiáveis, para fortalecer a economia brasileira e gerar reservas provenientes da produção como faz a China, e não como o Brasil que gerou reservas às custas do crescimento da dívida pública interna.
      Assim, parece à esta modesta opinião que melhor seria ficar quieto, observar, fazer o dever de casa, e fundamentalmente limitar-se a fazer o que pode como país. Por que ajudar a Europa, quando Brasil não participou da decisão de unificar a Europa ou dos descuidos dos EUA? Algum país veio socorrer o Brasil quando se batia com a inflação? O caminho é deixar a vaidade e ingenuidade de lado, “baixar a bola” e adotar políticas fiscais e monetárias responsáveis, administrar adequadamente o endividamento, garantir a estabilidade dos investimentos e preservar a confiança dos investidores. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Profissional do Século XXI

Amigos,


Para quem não teve a oportunidade de assistir, segue a minha entrevista no Programa O Profissional do Século XXI direto da TV Uol.


Veja o programa na íntegra aqui.










segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Crise. O que fazer?

por Jomázio Avelar

   O remédio utilizado pelos países desenvolvidos para debelar a crise financeira de 2008 está apresentando agora a conta. Sem discutir o remédio em si, a não medicação das consequências do mesmo as tornaram maiores que a doença primeira. Usou-se o Estado para salvar os mercados, agora aquele está em condição grave.
   O Brasil desfruta de condição privilegiada para tirar bom proveito da crise de 2011. Poderá convertê-la em oportunidade. O País pagou R$ 222,9 bilhões em 2010 como despesa do serviço da dívida pública interna. Se forem reduzidos os juros de remuneração da Selic para metade ela ainda ficará alta o suficiente para atrair investidores (arbitragem), e assim o governo federal irá promover economia de R$ 110 bilhões.
   Esta economia poderá ser investida na construção da infraestrutura, anualmente. Esta é a oportunidade. Em poucos anos o “custo-Brasil” terá redução sensível e os produtos brasileiros se beneficiarão de maior competitividade no comércio exterior. Essa decisão atenuaria a pressão de valorização do real, e com juros mais baixos seria incentivada a atividade produtiva com reflexos significativos na preservação do mercado interno.
  Toda a sociedade se beneficiaria dessa decisão, mas os profissionais da Engenharia, Arquitetura, Agronomia e outros afins teriam benefício direto, na geração de contratos para as empresas e ocupação para os profissionais. As estradas poderiam ser melhoradas, as ferrovias reconstruídas, o saneamento básico universalizado, aeroportos, portos, empreendimentos de produção-transmissão-distribuição de energia implementados, agronegócio, agricultura, e outros. E ainda, saúde, educação e segurança também.

sábado, 3 de setembro de 2011

Comece o feriado de 7 de setembro com os ouvidos no rádio



Neste feriado de 7 de setembro, irei participar do Programa Tupi Serviços ao vivo na Rádio Tupi AM.


Será das 08h às 09h.


Conto com a sua audiência!



Quarta-feira, dia 07/09
Radio Tupi AM - sintonia 1150
O programa também será transmitido ao vivo pela internet aqui.




sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Miando na árvore errada

Comentário sobre o artigo abaixo:

Estão os engenheiros com adequado discernimento tomando atitudes em favor de seus interesses? Nas eleições do CREA-SP os engenheiros estão avaliando corretamente os candidatos, para fazer a escolha que melhor consulta seus interesses?


Você já leu os currículos dos candidatos ? 

Acesse aqui repasse para seus amigos.

Opinião

Miando na árvore errada
* LUÍS EDUARDO ASSIS

    Depois de tórrida paixão e juras de amor eterno, parece que a fascinação dos analistas internacionais pela economia brasileira arrefece. Aqui e ali, lentamente, surgem comentários que levantam dúvidas sobre a consistência do crescimento que temos festejado. O argumento mais recente é tão dramático quanto equivocado. Há cassandras que defendem a ideia de que a economia brasileira está se aproximando de um colapso provocado pelo esgotamento de um ciclo de crédito. Com a alta das taxas de juros, elevou-se o comprometimento com o serviço da dívida, que teria alcançado 28% da renda, ante 16% nos EUA. A inadimplência cresce e os bancos reduzem os empréstimos,o que só faz agravar o quadro. Como normalmente o crédito deteriora apenas depois da queda da renda e do emprego, essa antecipação indicaria um problema estrutural de grandes proporções.
   Ora, é fato que a inadimplência tem crescido,no rastro das medidas anti-inflacionárias tomadas pelo próprio Banco Central. Mas há vários elementos que desautorizam a previsão de que estamos no limiar de uma ruptura. Em primeiro lugar, o sistema bancário brasileiro sempre foi estritamente normatizado pelo Banco Central, que não em barcou na ideia da desregulamentação.
     O mercado de produtos derivativos, por aqui, continua incipiente e na sua quase totalidade os empréstimos permanecem nos livros dos bancos originadores até o término de seus respectivos prazos. Isso induz os emprestadores a uma análise mais rigorosa dos riscos de crédito, já que a relação é duradoura. Também os empréstimos imobiliários representam entre nós uma pequena
fração do crédito total (4%).
     O núcleo da crise financeira que ainda assola os países ricos foi o mercado imobiliário, justamente porque a concessão indiscriminada de crédito – que era repassado adiante numerosas vezes mediante a utilização de engenhosos derivativos–gerava a demanda necessária para a valorização dos próprios ativos que garantiam esses empréstimos. Disso resultou um círculo vicioso que estimulava novas concessões de empréstimos nas quais pouco se analisava a capacidade de pagamento do mutuário, já que a valorização da garantia tornava o negócio interessante. Não temos nada disso aqui.
   Nossos problemas são outros. Nada indica que aqui teremos uma súbita parada no crescimento por conta da necessidade de digerir dívidas do passado. A inadimplência, ainda que alta, está sob total controle, os bancos são sólidos e rentáveis e a economia caminha para um pouso suave. Claro, o Brasil não é uma nova China. Embriagamo-nos como crescimento de 7,5% no ano passado, o maior desde 1986, enquanto há exatos 20 anos consecutivos a China cresce acima desse nível. Mas também não estamos encalacrados com dívidas que esclerosam os dutos econômicos e impedem o crescimento.
      Em que pese o aumento do crédito, o total da dívida como proporção da renda líquida das famílias está em 42%, muito baixo do mesmo indicador para o Reino Unido (171%), EUA (104%), Alemanha (99%) ou Itália (88%). O total de crédito como proporção do PIB estabilizou-se, depois de forte crescimento, em 46%-47% do PIB, com apenas 37% deste montante dirigido para consumidores pessoas físicas.
   O cálculo do comprometimento da renda é de metodologia frágil e impede qualquer conclusão. Não há risco de estouro da bolha de crédito pela boa razão de que ela não existe. O gato subiu em outra árvore. Melhor seria nos preocuparmos com os juros altos; com a apreciação exagerada do real, que pode reverter e assustar os incautos quando o quadro internacional não for tão favorável para nós; coma enorme carga tributária que recicla recursos por meio do governo e transforma dinheiro bom em dinheiro ruim; e, principalmente, com a incapacidade de reduzir o crescimento dos gastos públicos, o que ameaça a inflação. Nossa agenda está cheia de problemas. Não precisamos nos importar com falsas questões.

* ECONOMISTA. FOI DIRETOR DE POLÍTICA MONETÁRIA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL E PROFESSOR DA PUC-SP E FGV-SP / E-MAIL: LUISEDUARDOASSIS@GMAIL.COM

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo, 06 de Agosto de 2011, B2.