Por eng.
Jomazio de Avelar, em 30 de novembro de 2012
O tema me atrai já há
alguns anos, fruto de minhas observações do que ocorre ao profissional da
Engenharia.
Constato que é ótima
profissão, ou seja tem ocupação e boa remuneração. Porem, depende do nível de investimento na economia.
Vejam-se os períodos dos governos de Getúlio (50 – 54), JK e “Milagre
Econômico”, em que engenheiros foram prestigiados e bem remunerados. Nos
intervalos entre esses períodos a profissão esteve em baixa. Atualmente clamam
pela necessidade desses profissionais, inclusive de que não os temos com boa
qualidade.
A imprensa tem trazido
algumas manifestações cujo texto divulgamos neste blog com objetivo de
enriquecer a discussão, vista a importância do tema.
São três opiniões: a
do economista e professor Luiz Carlos Bresser Pereira, do também economista e
vice-governador Afif Domingos e um editorial, todos da Folha de São Paulo.
Temos 950.000
diplomados profissionais em Engenharia, Arquitetura e Agronomia, sendo que
deles apenas 38% (pesquisa do IPEA) encontram-se no exercício da profissão.
Logo, 600.000 profissionais diplomados não estão no exercício profissional.
Os profissionais mudam
para outras profissões (administração, bancos, etc) quando não tem mercado na
Engenharia. É um desperdício imenso para um país ainda pobre como o Brasil. O
profissional se forma, curso pesado para o jovem, para seus familiares e para a
sociedade (governos) e no entanto após a formatura falta mercado.
Quem disse que falta
engenheiro? Eles estão no Brasil, formados em Engenharia e trabalhando em
outras profissões. O Brasil precisa reformar, modernizar e ampliar sua
infraestrutura material, aumentar o uso da tecnologia já disponível, construir
1,9 milhões de habitações por ano nos próximos 10 anos. Isso se faz com
engenheiros. E eles encontram-se (600.000)fora da profissão.
O engenheiro recebe a
formação teórica na Universidade, mas precisa ainda de 10 anos de treinamento
nas empresas ou órgãos governamentais para estar preparado. O mesmo acontece em
outras profissões.
Então o País
(governantes) tem de saber que é necessário disponibilizar as instituições de
ensino, porém não é suficiente. Tem que dar o treinamento; assim o engenheiro
manter-se-á na profissão, se houver investimento na economia que mantenha o
profissional na sua profissão.
É grande o apelo por
produtividade, competitividade; o Brasil é o 37° no ranking mundial. Com
melhorar a competitividade sem engenheiros? Quem irá inovar? Quem atua em todos
os meandros do sistema produtivo que representa 80% do PIB? São os engenheiros!
O Professor Bresser
termina seu artigo afirmando “vamos tratar de formá-los e prestigiá-los”.
Professor, estamos formando-os, falta desenvolvê-los e mantê-los na
profissão. Temos 600 mil dentro do
Brasil, fora da profissão. É obra para os políticos junto com os engenheiros
que tem cargos nas entidades de classe.