segunda-feira, 9 de abril de 2012

Causas da Tragédia no Rio de Janeiro


“Não se aprende, Senhor,
Na fantasia
Sonhando, imaginando ou estudando,
Senão, vendo, tratando e pelejando.”
Camões
 Os Lusíadas, Canto X, Estrofe 153


As causas da tragédia ocorrida no Rio de Janeiro precisam ser identificadas, estudadas e tratadas.  É inaceitável a ausência de providências por parte das autoridades, das quais não se têm notícias na imprensa, quando já se sabe da morte de no mínimo 15 pessoas.  As autoridades são governos constituídos e o Sistema CONFEA/CREAs.

Faz um ano houve a tragédia de Nova Friburgo/RJ que vitimou milhares de pessoas.  Esse ano, faz poucos dias, repetiu-se outro deslizamento.  Houve deslizamento sobre estradas nesse mês de janeiro, e por último o ocorrido com o edifício em São Bernardo do Campo –SP.

Vem de longe: “Gameleira”, “Paulo de Frontin”, “Andraus”, “Joelma”, deslizamento em Angra dos Reis, “Linha Amarela”, enchentes urbanas, acidentes rodoviários, etc.

Está havendo banalização de tragédias e também de suas consequências que são mortes de pessoas, além de prejuízos econômicos.  Avaliação de riscos não tem sido prática nas decisões de empreender.  E ainda, a não divulgação das reais causas dos acidentes têm impedido a Engenharia de evoluir para enriquecer seu acervo de conhecimentos que possibilite, no mínimo, preventivamente evitar acidentes futuros, tão graves e do vulto que têm ocorrido.  Prejuízos para os profissionais e as empresas.  Erros, mais que acertos, possibilitam aprender.

Uma coisa são acidentes, intempéries incontroláveis e/ou imprevisíveis. Outra são descasos e/ou desleixos sobre condições físicas das quais é possível ter domínio, controles, ações preventivas (“Moacyr Duarte, pesquisador da COPPE – UFRJ e especialista em situações de risco, não estranha o desconhecimento acerca do sub-solo, uma vez que registro de imóvel é ‘fraco no Brasil’” – O Estado de São Paulo, 29/1/2012).

A sociedade brasileira não pode continuar sem proteção em decorrência de inação das autoridades.  No caso em tela, Rio de Janeiro, as autoridades estão institucionalmente responsabilizadas pelos cargos que ocupam; elas dispõem de estrutura técnica para identificar as causas, e prevenir no futuro.  O Sistema CONFEA/CREA-RJ, que tem missão específica de defender e proteger a sociedade dispõe de recursos financeiros e técnicos (são 950 mil profissionais no Brasil).

As receitas do Sistema CONFEA/CREAs não provêm de orçamentos públicos, mas dos profissionais e das empresas que o mantém, e ele tem a obrigação de habilitar-se técnica e organizativamente para ações preventivas, visando proteger a sociedade.  Os produtos da Engenharia são para durar séculos e até milênios.  Esses prédios que desabaram não tem um século ainda, e pelo visto as autoridades, pelas divulgações dadas, não dispunham inaceitavelmente do “as built” e/ou outras informações importantes necessárias para garantir a segurança das pessoas que os habitavam e para preservar bens patrimoniais.  São responsabilidades profissionais inarredáveis.

Estavam fazendo, pelo visto, reformas significativas sem a fiscalização das autoridades?  Quem autorizou as obras de reformas e quem aprovou os projetos respectivos?  E se não houve autorização e aprovação a pena a ser aplicada às autoridades precisa ser mais severa ainda.  Os deveres dos cidadãos, impostos principalmente, são implacavelmente cobrados e recebidos.

O que se coloca, em primeiro plano, é a exposição depreciativa da profissão dos engenheiros e arquitetos, ao grande público.  O zêlo pelo prestígio e reputação da profissão está relegado.  A instituição (Sistema CONFEA/CREAs) que deve exercer a regulamentação da profissão precisa “recriar-se” para adequadamente defender e proteger a sociedade (por quantas mortes tem ocorrido, causadas por desleixo e descaso, culminando com a banalização de acidentes).  O que a sociedade brasileira constata é a completa omissão das autoridades sobre o acidente em tela, repetindo comportamento sobre ocorrências anteriores.  A imprensa já não fala mais do assunto, passados os dias após 29/01/2012, restando às famílias a dor por perda de vidas e aos proprietários prejuízos patrimoniais.

Nova postura e novo papel do Sistema CONFEA/CREAs são a proposição do “Movimento Recriar o CREA- SP”.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

Páscoa

 

Tempo de Renovação


 

Desejamos aos colegas de profissão, felicidade plena:

Alegria, na maneira de viver;

Paz interior necessária para harmonia e concórdia na família – saúde é essencial;

Oportunidades profissionais para elevada realização pessoal, com o sentido de sempre compartilhá-la a nível da Nação brasileira, e da Humanidade.

Brasil – Páscoa/2012

Jomázio de Avelar